Felca, a adultização infantil e a reação tardia da política

Felca, a adultização infantil e a reação tardia da política

Postado em 11/08/2025

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Nos últimos meses, o Brasil foi confrontado com uma realidade tão chocante quanto negligenciada: a adultização de crianças nas redes sociais, na publicidade e até mesmo em certos ambientes culturais. Essa exposição precoce à estética, linguagem e comportamentos adultos, muitas vezes sob o pretexto de liberdade ou empoderamento, tem passado despercebida ou relativizada — até que um influenciador decidiu romper o silêncio.

Felca, conhecido por seu conteúdo crítico e bem-humorado nas redes sociais, foi além do entretenimento. Em apenas um vídeo de 50 minutos, ele expôs casos concretos de adultização infantil. A gravação viralizou, não apenas pelo teor das denúncias, mas pela coragem de tocar em um tema que muitos evitam. Com uma audiência expressiva e uma postura firme, Felca conseguiu o que muitos especialistas e entidades vinham tentando há anos: chamar atenção para o problema de forma massiva.

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O impacto foi imediato. A repercussão nas redes sociais extrapolou a bolha digital e chegou ao centro do poder. Parlamentares, antes alheios ou indiferentes ao tema, começaram a se manifestar. O próprio presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, anunciou que projetos de lei sobre a proteção da infância finalmente serão pautados. A movimentação política, ainda que tardia, demonstra o poder transformador da pressão social quando bem direcionada.

É lamentável, no entanto, que tenha sido preciso o clamor popular provocado por um influenciador para que autoridades despertassem para um problema tão sério. A adultização infantil não é uma pauta moralista, como muitos tentam reduzir. Trata-se de uma questão de saúde mental, de proteção dos direitos da criança e de responsabilidade coletiva.

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Felca mostrou que não é preciso ser parlamentar, acadêmico ou autoridade para provocar mudanças significativas. Basta ter coragem, responsabilidade com a própria voz e compromisso com as causas certas. O que nos resta agora é cobrar que esse movimento não seja mais um modismo passageiro, mas o início de uma transformação duradoura — e que a infância brasileira, enfim, seja tratada com o respeito e cuidado que merece.

felca

Postado em 11/08/2025

Categorias: Editorial

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