A rede de farmácias Drogasil foi condenada pela Justiça do Trabalho nesta sexta-feira (12) ao pagamento de indenização por danos morais a uma atendente vítima de racismo.
RECEBA AS NOTÍCIAS DO ENTRENEWS NO SEU WHATSAPP
O caso ocorreu em 2018, no primeiro dia de trabalho de Noemi Ferrari em uma loja da rede em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. A decisão judicial foi publicada no ano passado e voltou a ganhar repercussão nesta semana após a divulgação do vídeo nas redes sociais.
O episódio de racismo
O vídeo mostra Noemi sendo apresentada por uma funcionária da Drogasil que fez comentários racistas sobre sua cor de pele. A gravação foi enviada por WhatsApp a outros colegas da loja.
Nos registros, a agressora afirma que a chegada de Noemi teria escurecido a loja e cita que a cota havia acabado. Em seguida, faz novas falas depreciativas sobre as funções de trabalho da atendente.
Decisão judicial
A juíza Rosa Fatorelli Tinti Neta destacou que o vídeo comprova o crime de racismo. Ela rejeitou a alegação de que a cena seria uma brincadeira entre funcionários.
Em sua decisão, a magistrada afirmou que o combate à discriminação racial nas relações de trabalho exige a consciência sobre a existência do racismo estrutural, baseado em lógica de desqualificação e invisibilização racial.
A juíza também ressaltou que o uso do humor não exclui a prática do crime, já que esse recurso pode legitimar a opressão racial e reforçar estruturas sociais excludentes.
Responsabilidade da empresa
Na sentença, a Justiça reconheceu que a empresa foi omissa em garantir um ambiente de trabalho adequado. Por isso, determinou o pagamento de indenização de R$ 56 mil à ex-atendente.
A decisão foi posteriormente confirmada pela 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2).
Posição da Drogasil
Por meio de nota, a Raia Drogasil Saúde (RD Saúde) declarou que lamenta profundamente o episódio ocorrido em 2018. A empresa reiterou o compromisso com respeito, diversidade e inclusão.
A rede informou que não compactua com qualquer forma de discriminação e que investe em programas estruturados de inclusão e equidade racial.
Segundo a nota, a empresa encerrou 2024 com mais de 34 mil funcionários pretos e pardos e atualmente conta com 50% das posições de liderança ocupadas por pessoas negras.
O comunicado também ressaltou o compromisso da rede em manter ações concretas para garantir ambientes de trabalho diversos e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.
LEIA + NOTÍCIAS AQUI
Com informações da Agência Brasil | Foto: Redes Sociais

Anúncio