A Usina Furlan de Santa Bárbara d’Oeste (SP) é citada em decisão judicial que aponta suspeitas de envolvimento em um esquema de fraude bilionária no setor de combustíveis.
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A investigação tem ligação direta com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e resultou em uma megaoperação realizada em agosto. A decisão foi assinada pelo juiz Sandro de Barros Leite, da 2ª Vara Criminal de Catanduva, cinco dias antes da operação.
Suspeitas de aquisição e controle
De acordo com o Ministério Público, empresas do setor, entre elas a Usina Furlan, teriam sido compradas por fundos de investimentos ligados ao grupo criminoso.
A Promotoria afirma que, mesmo sem prova inicial de aquisição direta, existem elementos que indicam forte associação ou tentativa de controle da usina pela organização.

Indícios de lavagem de dinheiro
As apurações apontam que um grupo chefiado por Mohamad Hussein Mourad, suspeito de comandar a lavagem de dinheiro do PCC, movimentou mais de R$ 50 bilhões por meio de empresas em nome de parentes e laranjas.
Uma fintech ligada ao PCC teria sido utilizada para transferir valores significativos às contas da Usina Furlan, sem identificação dos beneficiários.
O Ministério Público considerou as transações como forte indício de lavagem de dinheiro.
Transferências de R$ 3,6 milhões e R$ 4,9 milhões foram citadas como exemplos. Investigadores também encontraram indícios de sobrepreço na compra de cana-de-açúcar, o que configura fraude fiscal e sonegação de impostos.
Megaoperação Carbono Oculto
Na operação Carbono Oculto, realizada em agosto, a Polícia Federal e a Receita Federal cumpriram 350 mandados em vários estados do país.
Na região de Campinas, houve ações em Santa Bárbara d’Oeste, Paulínia, Cosmópolis, Rio das Pedras e Piracicaba. Um ex-policial civil foi preso em Paulínia.
As autoridades investigam crimes de lavagem de dinheiro, fraude fiscal, adulteração de combustíveis, estelionato, crimes ambientais e contra a ordem econômica.
Entre os métodos, empresas ligadas ao grupo criminoso adulteravam álcool e gasolina com metanol, substância que pode causar sérios danos a veículos.
O que dizem os envolvidos
A defesa de Mourad declarou na época da operação que provaria a inocência do empresário e que não havia indícios concretos de ligação com o tráfico de drogas.
A defesa da família Mourad afirmou que as empresas ligadas ao grupo exercem atividades lícitas. A EPTV, afiliada da TV Globo, informou que não obteve resposta da Usina Furlan até esta terça-feira.
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Com informações do G1 | Foto: Patrícia di Sanctis

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