Bolsonaro relata paranoia por remédios, mas audiência mantém prisão

Bolsonaro relata paranoia por remédios, mas audiência mantém prisão

Postado em 24/11/2025 , por Patrícia di Sanctis

Anúncio

O ex-presidente Jair Bolsonaro teve a prisão mantida neste domingo (23) durante audiência de custódia em Brasília, realizada pela juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, que validou o mandado após constatar, na decisão, que não houve qualquer abuso por parte das equipes responsáveis pela detenção.

RECEBA AS NOTÍCIAS DO ENTRENEWS NO SEU WHATSAPP

No depoimento, Bolsonaro confirmou que mexeu na tornozeleira eletrônica. O ex-presidente afirmou que passou por “certa paranoia” entre sexta-feira e sábado por causa de medicamentos que estavam sendo usados simultaneamente. Ele citou o anticonvulsivante Pregabalina e o antidepressivo Sertralina, receitados por médicos diferentes e que, segundo o réu, teriam “interagido de forma inadequada”.

Bolsonaro declarou que não tinha intenção de fuga e que não houve rompimento da cinta do equipamento.

 

Ato impulsivo e interrupção

 

O documento da audiência relata que Bolsonaro mexeu na tornozeleira por volta de meia-noite. Ele informou às autoridades que “caiu na razão” logo em seguida e interrompeu o uso do ferro de solda, comunicando os agentes responsáveis pela custódia.

O ex-presidente disse que estava acompanhado da filha, do irmão mais velho e de um assessor que dormiam na residência. Ele declarou que nenhum deles viu o momento em que utilizou o ferro de solda.

 

Vigília convocada por Flávio Bolsonaro

 

Bolsonaro comentou também a vigília convocada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele afirmou que o ponto de concentração fica a setecentos metros de sua casa, o que impediria qualquer tumulto que facilitasse fuga hipotética.

O Supremo Tribunal Federal informou que o prazo para manifestação da defesa sobre a violação da tornozeleira termina neste domingo às 16h30.

 

STF analisará prisão preventiva

 

Nesta segunda-feira (24), o STF analisa a decisão da prisão preventiva, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. A Primeira Turma foi convocada para sessão virtual extraordinária que irá referendar ou não a medida.

Bolsonaro foi preso preventivamente no sábado (22) pela Polícia Federal após a suspeita de tentativa de violação da tornozeleira e diante da movimentação associada à vigília convocada por seu filho.

Na véspera da prisão, o equipamento gerou alerta para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal após Bolsonaro tentar abri-lo com um ferro de solda.

A defesa havia solicitado prisão domiciliar humanitária, pedido negado pelo Supremo.

 

Condenação e próximos passos

 

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal relativa à trama golpista. A Primeira Turma rejeitou na semana passada os embargos de declaração apresentados por Bolsonaro e outros réus.

Termina neste domingo o prazo para os últimos recursos. Caso sejam rejeitados, as penas devem ser executadas em regime fechado nas próximas semanas.

 

Polícia Federal prende ex-presidente Jair Bolsonaro após pedido de vigília

 

LEIA + NOTÍCIAS AQUI

Com informações e foto da Agência Brasil
Bolsonaro relata paranoia por remédios, mas audiência mantém prisão

Compartilhe na redes sociais!

Anúncio