A CPI das Bets no Senado terminou nesta quinta-feira (12) sem indiciamentos. Por 4 votos a 3, os senadores rejeitaram o relatório final apresentado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que pedia o indiciamento de 16 pessoas e empresas, incluindo as influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra dos Santos.
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É a primeira vez em dez anos que uma CPI no Senado tem o relatório final rejeitado, segundo a Agência Senado.
Influenciadoras estavam entre os alvos
O relatório, apresentado no dia 10, sugeria que Virginia e Deolane fossem processadas por crimes como propaganda enganosa, estelionato, lavagem de dinheiro e uso de plataformas ilegais de apostas. As influenciadoras, com dezenas de milhões de seguidores nas redes sociais, foram apontadas como promotoras de jogos conhecidos como “bets”, que simulam ganhos fáceis.
“Não terminará em pizza. Eu não sou pizzaiola”, afirmou Soraya à TV Senado após a sessão.
Apesar da rejeição, a senadora informou que entregará o relatório à Polícia Federal, PGR, Ministério da Justiça, STF e à Presidência da República.
Propostas de regulação foram ignoradas
O parecer também trazia 20 propostas de projetos de lei para combater o impacto social das apostas online. Entre elas:
- Proibição de jogos com formato caça-níquel, como o “Jogo do Tigrinho”
- Impedimento de pessoas inscritas no CadÚnico de apostarem
- Regras mais rígidas para influenciadores que promovem apostas
Soraya destacou que os jogos online vêm afetando diretamente o consumo das famílias mais pobres e aumentando o endividamento.
O que foi investigado
Instalada em novembro de 2024, a CPI investigou os impactos das apostas online, supostas ligações com o crime organizado e o papel dos influenciadores digitais. A comissão analisou como o setor movimentou até R$ 129 bilhões em 2024, segundo estimativas.
Durante os trabalhos, Virginia admitiu usar contas falsas para promover apostas simuladas. Já Deolane, que também depôs, negou envolvimento em crimes, apesar de já ter sido presa sob suspeita de usar sites de apostas para lavagem de dinheiro.
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Com informações da Agência Brasil | Foto: Senado Notícias

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