O Governo de São Paulo apresentou nesta sexta-feira (24) um plano de contingência para enfrentar a crise hídrica que já afeta todo o Estado. A estratégia prevê a redução da pressão na rede de abastecimento por até 16 horas por dia na Região Metropolitana, além da possibilidade de rodízio de água e uso do volume morto dos reservatórios caso o cenário se agrave.
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O Sistema Cantareira atingiu 28,7% da capacidade, o menor nível desde a crise de 2014-2015. A situação levou a Região Metropolitana à Faixa 3 de alerta, fase que já implica redução diária de pressão por cerca de 10 horas.
O diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), Thiago Mesquita, afirmou que o governo trabalha com a previsão de nova queda nos reservatórios, mas não vê colapso iminente.
Ele explicou que, caso a redução no nível de água seja maior do que a esperada, o Estado poderá adotar novas medidas operacionais. Ainda assim, reforçou que a tendência atual não aponta para agravamento imediato.
A secretária de Infraestrutura e Meio Ambiente, Natália Resende, destacou que o governo vai monitorar diariamente o nível dos mananciais e ajustar a faixa de restrição sempre que necessário.
Segundo ela, a previsão de chuvas para os próximos dias pode aliviar parcialmente o sistema, mas o cenário climático segue instável devido às mudanças climáticas.
Como funciona o plano de restrição
O plano é dividido em sete faixas, que variam conforme a gravidade do desabastecimento:
- Faixas 1 e 2: Redução noturna de abastecimento por até 8 horas.
- Faixa 3 (situação atual): Redução por 10 horas e campanhas de consumo consciente.
- Faixas 4, 5 e 6: Redução progressiva para 12, 14 e até 16 horas de pressão mais baixa.
- Faixa 7 (crítica): Rodízio entre bairros e uso de caminhões-pipa para serviços essenciais.
A mudança entre as faixas ocorre após sete dias consecutivos de estabilidade na mesma condição. Se houver melhora por 14 dias seguidos, as restrições podem ser relaxadas.
Situação na RMC
Esse plano do Governo se encaixa num contexto crítico já vivido na Região Metropolitana de Campinas (RMC), incluindo as cidades de Santa Bárbara d’Oeste e Americana.
Na cidade de Americana, os reservatórios do Departamento de Água e Esgoto de Americana (DAE) operam com apenas cerca de um terço da capacidade ideal, e o município declarou situação de emergência hídrica devido à estiagem prolongada, reservatórios baixos e qualidade da água comprometida.
Em Santa Bárbara d’Oeste e em outras regiões da RMC, o cenário se repete. Menos chuva, menos captação, e risco de que o plano estadual seja acionado também nessas áreas com redução de pressão ou rodízio conforme as faixas de contingência.
A proximidade com as bacias PCJ (Piracicaba-Capivari-Jundiaí) e o uso intenso dos mananciais reforçam a vulnerabilidade da região.
Por que a crise hídrica está se espalhando pelo Estado
A estiagem prolongada, o consumo alto e a reposição lenta dos reservatórios fazem com que cidades do interior e da Grande São Paulo enfrentem risco crescente de redução no abastecimento, o que coloca o Estado em alerta preventivo.
Essa articulação evidencia que o plano do Governo tem repercussão imediata nos municípios da RMC, exigindo atuação conjunta, uso racional e planejamento local.
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Estação de captação de água de Ibiúna | Foto: Governo de SP
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