Drogasil é condenada por racismo contra atendente em São Paulo

Drogasil é condenada por racismo contra atendente em São Paulo

Postado em 12/09/2025 , por Patrícia di Sanctis

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A rede de farmácias Drogasil foi condenada pela Justiça do Trabalho nesta sexta-feira (12) ao pagamento de indenização por danos morais a uma atendente vítima de racismo.

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O caso ocorreu em 2018, no primeiro dia de trabalho de Noemi Ferrari em uma loja da rede em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. A decisão judicial foi publicada no ano passado e voltou a ganhar repercussão nesta semana após a divulgação do vídeo nas redes sociais.

 

O episódio de racismo

 

O vídeo mostra Noemi sendo apresentada por uma funcionária da Drogasil que fez comentários racistas sobre sua cor de pele. A gravação foi enviada por WhatsApp a outros colegas da loja.

Nos registros, a agressora afirma que a chegada de Noemi teria escurecido a loja e cita que a cota havia acabado. Em seguida, faz novas falas depreciativas sobre as funções de trabalho da atendente.

 

Decisão judicial

 

A juíza Rosa Fatorelli Tinti Neta destacou que o vídeo comprova o crime de racismo. Ela rejeitou a alegação de que a cena seria uma brincadeira entre funcionários.

Em sua decisão, a magistrada afirmou que o combate à discriminação racial nas relações de trabalho exige a consciência sobre a existência do racismo estrutural, baseado em lógica de desqualificação e invisibilização racial.

A juíza também ressaltou que o uso do humor não exclui a prática do crime, já que esse recurso pode legitimar a opressão racial e reforçar estruturas sociais excludentes.

 

Responsabilidade da empresa

 

Na sentença, a Justiça reconheceu que a empresa foi omissa em garantir um ambiente de trabalho adequado. Por isso, determinou o pagamento de indenização de R$ 56 mil à ex-atendente.

A decisão foi posteriormente confirmada pela 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2).

 

Posição da Drogasil

 

Por meio de nota, a Raia Drogasil Saúde (RD Saúde) declarou que lamenta profundamente o episódio ocorrido em 2018. A empresa reiterou o compromisso com respeito, diversidade e inclusão.

A rede informou que não compactua com qualquer forma de discriminação e que investe em programas estruturados de inclusão e equidade racial.

Segundo a nota, a empresa encerrou 2024 com mais de 34 mil funcionários pretos e pardos e atualmente conta com 50% das posições de liderança ocupadas por pessoas negras.

O comunicado também ressaltou o compromisso da rede em manter ações concretas para garantir ambientes de trabalho diversos e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.

 

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Com informações da Agência Brasil | Foto: Redes Sociais
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