Com a chegada do inverno, a circulação de vírus respiratórios aumenta, elevando os riscos de infecção e internação, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) já superam em 30% os registrados no mesmo período de 2024, segundo dados das primeiras 24 semanas epidemiológicas de 2025.
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A infectologista Silvia Fonseca, do Instituto de Educação Médica, explica que o comportamento das pessoas no inverno contribui para o aumento de casos. “No frio, as pessoas ficam mais em ambientes fechados, o que favorece a transmissão por gotículas. Espirros, tosses e até a fala podem espalhar os vírus pelo ar e por superfícies.”
Ela também alerta para o efeito do tempo seco e do frio sobre as vias respiratórias, que ficam mais irritadas e vulneráveis, além da maior replicação do vírus Influenza em baixas temperaturas.
Gripe preocupa e avança no número de mortes
O Boletim Infogripe da Fiocruz mostra que a influenza é responsável por mais de 40% dos casos positivos de vírus respiratórios entre meados de maio e junho. Desde o início do ano, quase 3 mil mortes por SRAG foram atribuídas a vírus, sendo que metade foi causada pela gripe.
Nas últimas quatro semanas, esse número subiu para 74,6% entre os casos com diagnóstico positivo. “A percepção de que a gripe é leve ainda atrapalha a prevenção. A influenza pode evoluir para insuficiência respiratória, infecção pulmonar e internação prolongada. A vacinação anual é a forma mais eficaz de reduzir esse risco”, alerta Silvia Fonseca.
Vacinação contra gripe ainda está abaixo do ideal
Segundo o Ministério da Saúde, menos de 40% do público-alvo tomou a vacina contra a gripe até 20 de junho. A campanha teve início em abril e o imunizante protege contra os vírus Influenza A (H1N1 e H3N2) e B, reduzindo o risco de casos graves e mortes.
A vacinação contra a covid-19 também continua sendo importante. Embora represente apenas 1,6% dos casos graves recentes, a doença foi responsável por 4,2% das mortes, demonstrando sua letalidade, principalmente entre os idosos.

VSR ainda é o vírus mais prevalente em 2025
Nas crianças, a preocupação maior segue sendo com o vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite. Ele foi responsável por 45,3% dos casos graves de vírus no ano e por 13% das mortes com diagnóstico positivo nas últimas semanas.
A vacina contra o VSR está disponível na rede particular para idosos e gestantes, que transmitem os anticorpos ao bebê. O Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina no SUS para gestantes a partir do segundo semestre de 2025.
Etiqueta respiratória ainda faz a diferença
A professora de Enfermagem da Faculdade Estácio, Andréia Neves de Sant’Anna, reforça que as medidas simples continuam eficazes para conter a propagação dos vírus:
- Evitar aglomerações e ambientes fechados
- Lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel
- Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar
- Não compartilhar objetos de uso pessoal
- Manter os ambientes ventilados
- Evitar contato com pessoas com sintomas gripais

Além disso, repouso, alimentação saudável e hidratação ajudam o organismo a se recuperar melhor das infecções.
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Com informações da Agência Brasil | Foto: Gov.BR

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