O Governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (30) a criação de um gabinete de crise e novas medidas contra a intoxicação por metanol, após operações que resultaram na apreensão de 50 mil garrafas adulteradas e nas prisões de dois suspeitos. O governador Tarcísio de Freitas detalhou as ações em reunião no Palácio dos Bandeirantes.
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Principais medidas anunciadas pelo gabinete
O governo paulista estabeleceu interdição cautelar de estabelecimentos suspeitos de comercializar bebidas adulteradas, além de intensificar a fiscalização em todo o Estado.
Entre os pontos definidos estão:
- Implantação do gabinete de crise com participação de Justiça, Saúde, Segurança Pública, Desenvolvimento Econômico, Comunicação e Prefeitura de São Paulo.
- Interdição cautelar em locais onde for comprovada a venda de bebidas adulteradas, com atuação conjunta da Segurança Pública, Secretaria da Fazenda, Vigilância Sanitária e Procon-SP.
- Fortalecimento dos canais de denúncia, pelo 181 da Polícia Civil e pelo site do Procon-SP.
- Orientação da rede de saúde para diagnóstico e tratamento rápido dos pacientes.
- Reuniões de alinhamento com associações de bares, restaurantes e outros estabelecimentos do setor.
O governador destacou que o fechamento imediato de estabelecimentos é fundamental para impedir novos riscos. “A preocupação é garantir a segurança do cidadão. O estabelecimento só vai ser liberado para voltar a funcionar se tivermos certeza que está seguro”, complementou o governador.

Casos confirmados e suspeitos
Segundo o Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, foram confirmados sete casos de intoxicação por metanol relacionados a bebidas adulteradas. Outros 15 casos estão sob investigação e cinco mortes foram registradas, uma confirmada na capital e quatro em análise.
Quatro casos foram descartados após exames laboratoriais.
Operações policiais
Até o momento, foram realizadas cinco operações da Polícia Civil contra fábricas clandestinas de bebidas adulteradas. Somente em setembro ocorreram 43 mil fiscalizações em estabelecimentos comerciais em todo o Estado.
Na segunda-feira (29), equipes identificaram quatro distribuidoras suspeitas e apreenderam mais 112 garrafas de vodca adulterada na capital. Também foram encontrados 15 milhões de selos fraudados.
O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, informou que as investigações estão concentradas na Divisão de Crimes contra a Saúde Pública e que as ações avançam sobre a cadeia de distribuição das bebidas.
Sintomas e riscos
A intoxicação por metanol pode causar cegueira permanente e morte. Os sintomas iniciais, nas primeiras seis horas, incluem dor abdominal, tontura, náuseas, vômitos, sonolência e confusão mental.
Entre seis e 24 horas após o consumo, os sinais evoluem para visão turva, fotofobia, convulsões, acidose metabólica e até coma. O atendimento médico imediato é fundamental para reduzir os riscos.
O tratamento varia conforme o estágio do paciente. Pode incluir uso de antídotos, hidratação e medicamentos para acidose metabólica. O socorro em até seis horas é essencial para evitar complicações graves.
Estrutura de saúde
O Estado conta com três laboratórios especializados em Campinas, Botucatu e Ribeirão Preto, que emitem resultados de análises em até uma hora.
Para apoio técnico, os Centros de Assistência Toxicológica (CiaTox) oferecem orientação a profissionais de saúde e estão disponíveis no portal da Secretaria de Estado da Saúde.
Como denunciar
Denúncias sobre bebidas adulteradas podem ser feitas pelo Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil de São Paulo (www.webdenuncia.sp.gov.br). O Procon-SP também recebe registros pelo Disque 151 e pelo portal www.procon.sp.gov.br.
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Foto: Governo de SP

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