O Vaticano informou nesta segunda-feira (28) que o conclave para eleger um novo pontífice começará no dia 7 de maio. A data foi firmada após reunião entre os 252 cardeais.
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Dos 252 membros do Colégio de Cardeais, 135 estão aptos a votar, pois é necessário ter menos de 80 anos. Durante seu papado, Francisco nomeou 80% dos cardeais que agora vão eleger seu sucessor à frente da Igreja Católica.
A data do conclave foi decidida durante uma reunião a portas fechadas de cardeais no Vaticano, a primeira desde o funeral do Papa Francisco no sábado (26).
As regras canônicas, flexibilizadas por Bento XVI, indicam que o conclave deve se iniciar após o período conhecido como “novemdiales”. São os nove dias de luto no Vaticano, em que ocorrem missas diárias em homenagem ao Papa.
Entenda o conclave
O conclave é o ritual secular que marca a eleição dos novos papas. A palavra vem do latim cum clave – fechado a chave – e remete à votação secreta que é realizada na Capela Sistina, no Vaticano, de onde é lançada a fumaça branca quando o novo pontífice é escolhido.
Com a morte do papa Francisco, na segunda-feira (21), os 252 cardeais do Colégio Cardinalício terão a missão de eleger o novo líder da Igreja Católica.
Após os rituais do velório e sepultamento do papa, o Vaticano passa por um período de luto de nove dias, quando convoca o Colégio Cardinalício. Os cardeais ficam instalados na Casa Santa Marta. É o mesmo local onde Jorge Mario Bergoglio decidiu viver, ao renunciar ao apartamento papal no Palácio Apostólico.
Antes da votação propriamente, ocorrem as reuniões gerais em que todos os cardeais participam e discutem os problemas da igreja e do mundo atual. A partir dali, começa-se a delinear perfis que possam assumir o papel de bispo de Roma, de papa.
Para a segunda parte, a votação na Capela Sistina, participam apenas os cardeais com menos de 80 anos. O número máximo de cardeais eleitores é estabelecido em 120, embora atualmente haja 135 com direito a voto – e, como no passado, podem ser concedidas exceções. Normalmente, o novo papa é escolhido entre cardeais que estão na capela, mas nada impede que alguém que está fora seja eleito.
No dia do conclave, da votação a portas fechadas, os cardeais dirigem-se à Basílica de São Pedro para a missa presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que atualmente é o italiano Giovanni Battista Re. Em seguida, eles seguem em procissão para a Capela Sistina, preparada com bancos para as votações e o fogareiro onde serão queimadas as cédulas e anotações. Nesse momento, é proibido o uso de dispositivos eletrônicos ou qualquer contato com o exterior.
Se a eleição começar no período da tarde, o primeiro dia terá apenas um processo de votação. Já os seguintes terão até quatro votações, sendo duas de manhã e duas a tarde. O conclave mais longo da história demorou 33 meses, quase três anos, para eleger Beato Gregório X como papa, em 1271.
Cada cardeal escreve o nome do escolhido em um papel retangular e deposita em uma urna. Após a sessão, dois apuradores abrem os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto um terceiro os pronuncia em voz alta. As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro.
Se ninguém atinge a maioria qualificada de pelo menos dois terços dos votos, é adicionada uma substância que tinge a fumaça de preto. Caso haja um eleito, o decano pergunta se ele aceita o cargo e qual o nome escolhido para exercer o pontificado. Francisco foi o nome escolhido por Jorge Mario Bergoglio para seu pontificado, em referência a São Francisco de Assis.
Caso o cardeal escolhido aceite o cargo, as cédulas são queimadas com um aditivo branco, mostrando ao mundo que um novo papa foi eleito. Na sequência, há o anúncio com a famosa frase habemus papam – temos papa – na Basílica de São Pedro. Por fim, o papa aparece para dar sua primeira bênção.
Brasileiros
Dos oito cardeais brasileiros, sete estão aptos para votar no conclave. Apenas o cardeal mineiro dom Raymundo Damasceno Assis, 88 anos, não poderá participar do conclave, em razão da idade.
Brasileiros que vão participar da escolha do sucessor de Francisco:
- Dom Paulo Cezar Costa, 57 anos, arcebispo de Brasília (DF). Natural de Valença, no Rio de Janeiro
- Dom Sergio da Rocha, 65, arcebispo de Salvador (BA). Natural de Dobrada (SP)
- Dom Orani João Tempesta, 74, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ). Natural de São José do Rio Pardo (SP)
- Dom Leonardo Ulrich Steiner, 74, arcebispo de Manaus. Natural de Forquilhinha (SC)
- Dom Odilo Pedro Scherer, 75, arcebispo de São Paulo (SP). Natural de Cerro Largo, na Região das Missões, no RS
- Dom João Braz de Aviz, 77, arcebispo de emérito de Brasília. Natural de Mafra (SC)
- Dom Jaime Spengler, 64, arcebispo de Porto Alegre. Natural de Gaspar (SC).
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Com informações da Agência Brasil | Fotos: Alessandra Benedetti | Vatican News
