A segurança pública de Americana tem evidenciado a persistente problemática da violência contra a mulher. Nos últimos 12 meses, a Guarda Municipal de Americana (Gama), através da Inspetoria de Defesa da Mulher e Ações Sociais (IDMAS), registrou um total de 190 ocorrências de violência doméstica e 19 casos de estupro. Esses números somam 209 ocorrências, reforçando a importância do trabalho contínuo das forças de segurança e da rede de proteção.
O impacto da rede de apoio é claramente demonstrado pelo trabalho do IDMAS, que atualmente presta assistência a 120 mulheres em situação de risco que possuem medidas protetivas. Este número representa um aumento de quatro acompanhamentos em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Todo o processo tem início quando o IDMAS recebe a relação das medidas protetivas expedidas pela Justiça. A partir desse momento, os integrantes da inspetoria fazem uma primeira visita à mulher e colhem informações como a gravidade da ocorrência e a situação em que ela se encontra.
Todas essas mulheres assistidas têm acesso a ferramentas vitais de segurança, como o Botão do Pânico, um dispositivo essencial que garante uma resposta imediata da Guarda Municipal em momentos de perigo iminente. O aplicativo instalado no celular que pode ser acessado quando a mulher se sentir ameaçada e em perigo. Por meio desse dispositivo, é acionado um alerta sonoro no Centro de Segurança e Inteligência (CSI) da GAMA.
Após o alerta sonoro, os operadores do CSI verificam o cadastro da vítima, a localização dela em tempo real e identificam o agressor. Com essas informações, uma viatura é encaminhada imediatamente ao local. Se o agressor for localizado, ele é encaminhado à delegacia devido ao descumprimento da medida protetiva, e a autoridade policial toma as providências cabíveis. Caso contrário, é registrado um boletim de ocorrência, disponibilizado à Justiça.
Jessica Poliane, responsável pelo IDMAS, analisa os dados com uma perspectiva de avanço e confiança:
“O aumento dos números de casos de violência doméstica não significa necessariamente que há mais casos, mas sim que as ações desenvolvidas pela rede de proteção têm encorajado mais mulheres a denunciarem. Hoje, as vítimas sabem que serão acolhidas e assistidas pelos programas, o que fortalece a confiança nos serviços públicos e tira da invisibilidade situações que antes não eram registradas.”
A declaração de Poliane sublinha a percepção de que a maior quantidade de denúncias é um indicativo positivo do sucesso das campanhas de conscientização e da qualidade do acolhimento oferecido pelos programas municipais. O foco, agora, se mantém em fortalecer ainda mais o amparo e a assistência às vítimas, garantindo que o ciclo de violência seja rompido.
O programa em si consiste em visitas constantes dentro de um prazo que não excede 10 dias. Nessas abordagens, o guarda municipal conversa pessoalmente com a vítima, verifica se a medida protetiva está sendo cumprida e se o agressor continua se aproximando. Em caso positivo, é registrado um boletim de ocorrência e encaminhado ao Judiciário.
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Todas as visitas, bem como o acionamento do botão do pânico, ficam registradas. Se em algum momento a vítima se sentir mais protegida e segura e desejar o desligamento do programa, ela mesma faz a solicitação junto à Guarda Municipal.




