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Brasil e Interpol fortalecem combate ao crime transnacional com a assinatura de uma declaração de intenções que promete aprofundar a cooperação internacional contra o crime organizado. O documento foi assinado nesta segunda-feira (9), durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sede da Interpol, em Lyon, na França.
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Para o presidente Lula, o avanço do crime além das fronteiras exige resposta conjunta e urgente. “A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes”, afirmou. Segundo ele, a cooperação policial continuará como prioridade da política externa brasileira, especialmente no enfrentamento à lavagem de dinheiro, que alimenta redes ilícitas ao redor do mundo.
A nova parceria entre Brasil e Interpol busca:
- Fortalecer ações conjuntas no combate ao crime organizado internacional
- Desarticular redes criminosas transnacionais e seus mecanismos de apoio
- Apoiar a modernização das forças de segurança na América Latina
- Garantir a proteção de grupos vulneráveis e os direitos humanos
Durante o evento, Lula destacou a importância do papel do Brasil na Interpol, que desde novembro de 2024 é liderada pelo delegado brasileiro Valdecy Urquiza, primeiro representante de um país em desenvolvimento a assumir o cargo de Secretário-Geral da instituição. “É uma honra para o Brasil e para a Polícia Federal. Esse posto é um reconhecimento da credibilidade do país no combate ao crime organizado”, disse o presidente.
Lula ainda fez um alerta destacando que “o crime organizado hoje opera como uma multinacional, infiltrada em empresas, na política, no judiciário, no esporte e na cultura. É como um polvo com muitos tentáculos”.
Urquiza anunciou a criação de uma nova força-tarefa internacional, resultado de um encontro recente entre chefes de polícia da América do Sul em Brasília. O grupo reunirá especialistas, tecnologia e dados de inteligência da Interpol para executar operações conjuntas e sufocar financeiramente o crime organizado.
A Interpol atua no combate a crimes graves, como tráfico de seres humanos, exploração sexual infantil, tráfico de drogas e armas, crimes cibernéticos e ambientais.
Segundo Urquiza, nenhum país está imune a essas ameaças, o que reforça a importância da cooperação global. “Só no ano passado, os bancos de dados da Interpol foram acessados mais de 8 bilhões de vezes por agências de segurança de todo o mundo”, explicou.
Nos últimos anos, a organização ajudou a resgatar mais de 48 mil vítimas de exploração sexual infantil e identificou mais de 18 mil criminosos ligados a esses crimes.
Medalha de reconhecimento da Interpol
Como parte da cerimônia em Lyon, a Interpol entregou a Lula uma medalha em reconhecimento por seu compromisso com a segurança internacional. O presidente, por sua vez, homenageou Valdecy Urquiza com a Ordem de Rio Branco no grau de Grande Oficial, distinção concedida a personalidades por seus serviços relevantes ao Brasil.
O encontro marcou o fim da visita oficial de Lula à França, iniciada no dia 5 de junho. Durante a viagem, o presidente se reuniu com Emmanuel Macron, firmou mais de 20 acordos bilaterais e participou de eventos culturais e diplomáticos, incluindo a Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos.
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Com informações da Agência Brasil | Fotos: Ricardo Stuckert / PR
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