“Todes, amigues e elu”: Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra na adminstração pública

“Todes, amigues e elu”: Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra na adminstração pública

Postado em 18/11/2025

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O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou uma lei que proíbe o uso da linguagem neutra na comunicação e em documentos da administração pública nos níveis federal, estadual e municipal. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 17 de novembro de 2025.

A proibição da linguagem neutra faz parte da nova Política Nacional de Linguagem Simples, que busca tornar a comunicação pública mais clara, objetiva e acessível para a população.

A lei veta explicitamente o uso de:

  • “Novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa”.

  • Expressões que contrariem as regras gramaticais consolidadas, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Na prática, isso inclui o veto a termos como “todes”, “amigues”, “elu” ou variações com “x” ou “@” (como “todxs” ou “tod@s”) em documentos oficiais, formulários, sites, comunicados e materiais didáticos.

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A Política Nacional de Linguagem Simples, instituída pela mesma lei, estabelece um conjunto de técnicas para facilitar a compreensão das informações públicas. Entre as diretrizes estão:

  • Usar frases curtas e em ordem direta.

  • Desenvolver uma ideia por parágrafo.

  • Preferir palavras comuns e evitar jargões ou termos técnicos (ou explicá-los).

  • Priorizar as informações mais importantes no início do texto.

  • Garantir linguagem acessível a pessoas com deficiência.

O objetivo do governo é que o cidadão possa “facilmente encontrar a informação, compreendê-la e usá-la”, reduzindo a necessidade de intermediários na comunicação.

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A linguagem neutra é um mecanismo apoiado por setores da comunidade LGBTQIA+, com o objetivo de incluir pessoas não binárias ou de gênero fluido que não se identificam com o masculino ou feminino tradicional. A sanção da lei reacende um debate social polarizado, onde:

  • Defensores da lei argumentam que a proibição evita “barreiras linguísticas” e a promoção de mudanças linguísticas “ideológicas”.

  • Críticos (como organizações de pautas LGBT+) afirmam que a proibição pode violar direitos de reconhecimento e identidade, negando o uso de pronomes que contemplam existências não-binárias.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já havia derrubado leis estaduais e municipais que proibiam a linguagem neutra, entendendo que a competência para legislar sobre diretrizes e bases da educação é da União. Com esta sanção presidencial, a proibição passa a ter validade em todo o território nacional na esfera da administração pública.

Foto Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Postado em 18/11/2025

Categorias: Brasil e Mundo

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